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sexta-feira, 24 de junho de 2011

DEPRAVAÇÃO TOTAL OU O QUE FOI A QUEDA DO HOMEM

Longe de dirigir as minhas próximas reflexões a uma doutrina particular ( o que de fato não é o objetivo e nem interesse ) pois de fato, a despeito do título familiar a calvinistas principalmente, vai além, e nem seria necessária uma ligação única com essa particular doutrina de um setor cristão-evangélico. Por isso, peço que caso um irmão calvinista comece a ler esse texto, vá até o fim, pois o mesmo não tem nem por intenção dirigir sua artilharia contra as suas posições teológicas, embora, pela simples abordagem não a deixe totalmente ilesa, mas o objetivo é instigar uma reflexão ampla sobre a queda, a origem do pecado, o que seja o pecado e a condição atual do ser humano. A questão é: não se trata nem de um ataque e nem um debate simplório entre duas posições teológicas.

A queda do homem é uma doutrina particular do cristianismo. Em linhas gerais  o cristianismo não é a única religião que nos informa que o homem não está bem. Essa informação, essa declaração, não é original nem finalmente uma declaração particular dos cristãos. Não chega nem ser um ponto controverso quando se olha os fatos, vemos as notícias do dia a dia. De fato todas as religiões nos informa que a um "mal" a ser evitado, que existe um mal no mundo e dentro de nós. Nesse quesito o cristianismo em suas várias divisões não é original. Porém só o cristianismo, pelo menos a parte que permanece sem violar a mais predominante ortodoxia, declara que houve uma queda ( é claro que o judaísmo como mordomo da primeira revelação divina também e antes do cristianismo ).

Essa queda está relacionada ao relato do Éden, aceito e contado em detalhes diversos pelo islamismo que nega a queda e portanto o pecado "original". Esse detalhe é importante e por isso que eu pessoalmente faço constantemente uma defesa e uma exortação a se crer nos textos bíblicos considerados erroneamente mais simplórios e "míticos" pela teologia liberal muito apropriada a "cristãos" cultos e letrados, sensíveis a serem taxados como fanáticos e fundamentalistas. Afinal se parte da Bíblia é inverossimel, como ter certeza absoluta que outras afirmações e declarações das Escrituras não o sejam igualmente mentirosas? Teríamos então, como muitos nesciamente admitem e praticam um cristianismo teologicamente de conveniências. Normalmente são escritores, autores, teólogos, professores, pastores que vivem e muito bem as custas das suas denominações históricamente ricas e bem situadas socialmente. Trata-se de fato dos fariseus modernos bem relacionados com as benesses de uma império romano que lhes é contrário ( contrário a fé que dizem defender ) mas que lhes assegura um confortável reduto religioso que os beneficia socialmente bem a cima da própria competitividade mundana e secularizada.

É difícil sobremodo largar o osso numa situação tão conveniente. É de fato, fé sem confrontamento, religiosidade sem espiritualidade, só letra, razão, informação acadêmica, analítica, polêmica mas  insincera, conveniente, que se alimenta convenientemente repartindo tapinhas nas costas. Uma igreja e um cristianismo inútil e patético diante de um mundo cujas necessidades poderiam e podem ser providas e supridas pelo genuíno Evangelho-evangélico com "E" maiúsculo. É verdade na América e também verdade no Brasil, onde muitos pastores só conseguiram um certo grau de verniz acadêmico graças a igreja e aos dízimos dos seus fieis, esses mesmos que agora constituem autores de não poucos "best-sellers", muitos deles frutos de seu período apóstata, e  portanto totalmente inúteis. Esses que são professores, reitores, donos de escolas superiores de teologia, que já foram crentes de uma fé simples e efetiva, mas hoje são incrédulos travestidos de religiosos cristãos-evangélicos. A sua fé não é um conjunto de  certezas mas de dúvidas. São cegos obstinadamente guiando outros cegos. E não me digam que falo do que não conheça, poderia citar nomes se isso não ferisse a ética e o bom senso. Não é fruto de uma opinião mas de uma constatação pessoal. E é claro que não sou o único a saber disso, nem por ser mais informado e principalmente mais sábio. 

Mas voltando a queda do homem. O Éden é primordial nas Escrituras, de fato está o seu registro em Gênesis, pois de fato é princípio da história humana, e as suas informações constituem na verdade sobre a nossa real e verdadeira condição hoje. Problemas sociais, de comportamento, de condução individual e nacional, de governo, de família de sexualidade ( algo tão destacado nos dias atuais, fazendo parte das agendas nacionais, no ocidente, como algo a ser priorizado ) são explicados e podem ser compreendidos a partir da narrativa do Éden. Curiosamente se aceita tantas coisas inspirativas relacionadas ao cristianismo como a misericórdia expressada em leis excessivamente brandas com os mais terríveis criminosos, algo inconcebível em nações não cristãs, que por serem islâmicas, comunistas, xintoístas, etc, as leis penais são aplicadas com expressiva dureza e nenhuma flexibilidade, aqui nega-se as verdades máximas da fé cristã como a do pecado original, por exemplo.

Para o cristianismo, todo ser humano é pecador, porque todos como descendentes de Adão e Eva, pecadores originais, herdamos o seu pecado. Nem Maria, mãe de Jesus, o mito criado pelo catolicismo romano de forma conveniente ( Maria existiu como nos registros bíblicos dos evangelhos ) nasceu sem pecado.Se a mesma tivesse nascido sem pecado, ela bastaria para ser a redentora de fato, a mediadora, a salvadora e tudo mais. Maria era pecadora como todos os demais seres humanos, pecado esse entendido como tendência, é o que veremos a seguir.

A duas posições predominantes dentro do cristianismo e pricipalmente evangélico. Uma delas não pode ser deixada de ser citada, é a afirmação calvinista, tida como uma declaração de "depravação total". Que todos, sem exceção somos pecadores é fato e ponto pacífico entre noventa e nove vírgula nove dos cristãos, incluindo católicos romanos, ortodoxos gregos, etc, etc. Entretanto, crentes calvinitas, graças a um emaranhado teológico conveniente declaram que ao homem é imposśivel uma ação boa, por menor que seja. Isso só não é uma verdade, um fato observável, como não é o que a Bíblia diz, declara, revela em todo ( eu disse em todo ) o seu registro, através de fatos envolvendo os seres humanos e biografias completas de suas personagens. A outra posição é a que detalharei a seguir.

Após o pecado que originou a malfadada queda do primeiro casal ( que não foi comer a maçã e nem o sexo, pois não aparece a palavra que nos informe o tipo de fruto e ao casal já tinha sido dada a ordem de crescer e multiplicar-se...sem sexo, algo legítimo entre um homem e uma mulher? ) Adão e Eva se escondem e ao serem confrontados diante do novo sentimento ( o de vergonha) e do novo conhecimento ( de que estavam nus - não há conhecimento sem informação ou sem informação inata biológica colocada a parte da escolha do ser ),  o casal, mas antes Adão, diz a culpa de tudo seja de Deus: " a mulher que me destes...". A mulher, Eva, atribui a culpa a serpente, essa criada por Deus e permitida ( por Deus ) que habitasse o Éden juntamente com o casal  humano. Temos aí a primeira afirmação, obviamente não aceita por Deus em nenhum momento, nem indiretamente pode-se deduzir isso, de que Deus seja o culpado, por desleixo, indução ( tentação ) da queda humana. A resposta de Deus ao casal foi uma distribuição de castigos diferentes como  exercício de Sua plena e perfeita justiça.

Se Deus é justo, e cremos e sabemos que é, e verdadeiro ( sincero ), se fosse culpa sua Ele teria aceito a defesa do casal humano. Aliás o único personagem que não se retratou foi Satanás pois ele sabe que Deus está sempre certo. Em toda a Bíblia Satanás põe em dúvida  o homem e nunca a Deus. Mente para o homem, distorce declarações e verdades aos ouvidos dos homens. E continua assim hoje, principalmente dentro da esfera e dos arraiais cristãos-evangélicos, em todos os seus matizes, do tradicional ao neopentecostal. De fato distante de Deus, seguindo-O de longe, ninguém está numa situação segura de não ser confrontado e sugerido ao erro. Deus não é o autor do mal advindo sobre o homem. Esse é o primeiro grande ponto.

O mal é uma realidade revelada  na Bíblia e da única maneira sem distorções, como em nenhuma outra expressão religiosa na história do mundo. O mal não pode ser extirpado por uma "evolução", por um "autoconhecimento", "por uma vida ascética em um monastério, por leis nacionais, só por melhores condições sociais e educacionais, pela própria religiosidade mesmo cristã e cristã-evangélica, etc, etc. O mal é algo que existe no muno e causa um estrago de proporções gigantescas todos os dias em todas as circunstâncias e áreas da vida humana. Essa é a grande questão. Se é material, étereo, uma idéia, um processo, é o que menos importa, o mal é uma trágica realidade e Deus não é o culpado do mesmo e nem é o autor do mal embora essa discussão aparentemente soe como algo elevado. O mal é o que a Bíblia diz ser em todas ( digo em todas ) as suas páginas e registros.

Mas o homem, o casal após a queda, eram mais do que antes conhecedores de Deus. Ficamos tão atentos a outros detalhes do Gênesis que não atentamos para algo peculiar: Adão e Eva eram crentes no melhor sentido, o de falar com Deus, ouvir Deus, argumentar com Deus. Hoje quantas vezes como evangélicos e crentes, nossas orações devocionais e na igreja são discursos elaboradamente convenientes em uma tribuna. Gente de fato , não fala com outras pessoas como algumas pessoas oram ( notem que nem estamos levando em consideração a reza, que é bem pior ). O diálogo entre Deus, Adão e Eva era algo familiar, natural, claro, inteligente, factual. Quão diferente do artificialismo em nossas igrejas e até nas orações individuais. Quantas vezes os nosso agradecimento pelo dia, pela vida, não rivaliza nem de longe com um agradecimento por coisas banais, como a alguém que nos lembra de um objeto esquecido ou caído no chão. A nossa vibração por coisas banais igualmente não rivalizam com o nosso louvor a Deus. Não conheço ninguém que vibre tão alegremente diante de  Deus como num jogo do campeonato brasileiro ou copa do mundo ( falando de brasileiros ). 

Adão e Eva retomaram a sua confiança nas declarações de Deus e é fácil encontrarmos tal fato nas Escrituras: Adão lamenta o castigo recebido na certeza que ele se cumpriria em toda a sua extensão, já Eva ao ter os filhos gêmeos ( Caim e Abel ) e depois outros filhos, reconhece terem sido dados pelo Senhor e na esperança que um deles seria aquele que conforme promessa de Deus "esmagaria a cabeça da serpente" proporcionando a redenção humana. Vale aí uma nota também importante: os discípulos de Jesus em sua época, cometeram um erro, que não foi exatamente um erro, mas um erro de compreensão clara, julgaram todos eles que Jesus voltaria em seus dias, algo que sabemos não aconteceu. Hoje erra-se até com mais insistência do que deveria as datas da volta do Senhor e o tal "Fim do mundo". Eva e possivelmente Adão, esperavam que tão imediatamente como a queda a redenção e a restauração ao Éden se dessem em sua própria vida e dias. Daí também, possivelmente a guarda por certo período, possivelmente até o Dilúvio, do próprio Éden por anjos "com espadas reluzentes", para que o casal e seus descendentes não voltasse ao Éden e comessem do fruto da árvore da vida e assim vivessem perpétuamente.

Mais a frente temos outro episódio, ao meu ver bastante esclarecedor, Caim e Abel já grandes, jovens mais adultos, oferecem ofertas a Deus. Educados e esclarecidos acerca do culto a Deus, que continuava a se manifestar tanto aos pais ( Adão e Eva ) após a queda como a seus descendentes e após a oferta diferenciada de cada um, Caim e a sua oferta são rejeitados ( não a oferta em si, mas  o próprio Caim ). Deus parece a Caim e lhes fala ( fala a um pecador, nascido fora do Éden, e um assassino potencial ) " se fizeres o que é certo serás aceito ". Assemelha-se a dizer hoje a um assassino em potencial e talvez que nem seja primário: "não faça isso, liberte a sua vítima!". Ninguém em sã consciência argumentaria: "esqueça! ele a matará! não tem escolha!" Pois é exatamente isso que o calvinismo afirma: não tem escolha, ninguém tem escolha. Não há escolha! Na Bíblia, Deus disse a Caim, e diz-nos hoje: Há sempre uma escolha!

A queda foi resultado de uma escolha, errada mas escolha. A contra-gosto de muitos, a queda poderia não ter ocorrido, mas ocorreu. A queda mudou a nossa história em dois quesitos importantes: o nosso conhecimento e a nossa ambição. Já explico: ao invés da inocência temos conhecimento do que pode ser feito. Um homem normal ( pois há os que saem dessa condição de normalidade ) pode ajudar uma jovem, em condições pouco comuns, acidente, afogamento, parto em via pública, tocando, tirando-lhe as vestes para eventual atendimento ) mas esse homem adulto normal sabe o que seria defraudá-la, atentar contra ela. A humanidade portanto não é inocente e esse é o nosso grande dilema. Caim matou Abel, mas Abel poderia se quisesse matar a Caim. Não paramos para pensar nisso. A consciência das várias possibilidades maléficas nos fazem constantemente pecadores. As vezes se consuma, as vezes ocorre na mente apenas, mas ocorre.

Por isso Jesus era sem pecado, e justamente daí a sua diferença para nós, seres humanos em tudo descendentes de Adão e Eva. Igualmente conhecedores do bem e do mal ( Nós e Jesus ), contudo Ele ( Jesus ) sem a ocorrência dele ( do pecado ) em seu coração ( sua mente ). Muitas vezes não podemos impedir que o pássaro apenas pose na nossa cabeça, mas se o quisermos podemos impedi-lo de fazer nela um ninho. Os demais homens desejariam exercer a justiça de Deus e vingar Abel, e por um aviso misericordioso de Deus, não o fizeram certamente ( ou quem sabe o fizeram ) mas havia a possibilidade de fazê-lo pois Deus havia avisado que o castigo sobre quem matasse a Caim seria  mais severo ainda. Todas as possibilidades em aberto, e tudo isso com base no que a Bíblia farta e claramente revela, mas que numa leitura apressada e desprezadora  da importância real da Palavra de Deus, nos passam desapercebidos. 

Mas o pecado, ou as consequências da queda, não são somente retóricas, teóricas, metafóricas, filosofo-religiosas, são reais. Biologicamente algo aconteceu e não somos os mesmos, semelhantes a Adão e Eva antes da queda. Somos híbridos de uma perfeição e de uma imperfeição congênita, da qual nenhum ser humano nasce livre,nem Maria mãe do Senhor Jesus , nem José seu padastro, chamado por Deus como "homem justo ". Não se trata só de escolhas e possibilidades de erros e acertos. Um ser humano colocado no céus, em certa altura, poderia se rebelar tanto quanto Satanás se rebelou. Muitos se confundem seriamente após convertido e após anos de vida cristã-evangélica achando que anos de religiosidade autênticamente cristã nos torna melhores ou imunes, ou uma casta diferente ( em si ) de fato de seres humanos. Não somos melhores do que os demais seres humanos após convertidos. O apóstolo Paulo, com um  nível de comunhão e ordenação imediata de Deus, muito além de qualquer cristão depois dele, se confessava miserável e que só podia se gloriar de fato  na pessoa de Cristo. Andar de peito estufado, enfatuado, convencido de que é algo além do que de fato é, diante dos irmãos e dos incrédulos chega a ser patético e uma autêntica piada.  A Bíblia diz claramente em proverbios: "Há justo que procede como injusto e injusto como justo". Muitos ateus sinceros ( acho que os há ) e incrédulos, e de outras religiões não cristãs, não se convencem do que cristãos digam e preguem, por suas públicas contradições, por seu orgulho, por sua auto suficiência aparente.

Somos salvos como? Somos selados, marcados para salvação, ou seja, uma vez em obediência ao que nos é dito nos Evangelhos, cremos em Jesus Cristo, somos marcados, selados para salvação, desse modo podemos nos considerar biblicamente salvos. Mas isso não significa que podemos sair da igreja, após a nossa profissão de fé, aceitação de Cristo, batismo, etc e dizermos ao mundo que as pessoas do mundo não são nada e que somos tudo, diferentes, perfeitos, que os supramos em tantas questões. O que acontece é que o seu e o meu  passado, é esquecido por Deus e o que o futuro será guardado por Deus. Mas que as escolhas por justiça, retidão, moralidade, santidade, fidelidade a Deus, gratidão e louvor verdadeiros deverão ser implementados a cada dia, todos os dias da nossa vida. O ladrão ao lado de Cristo na cruz, que creu, viveu algumas horas, muitos de nós viveremos décadas após crermos. Em todos esses anos deveremos ser tão cuidados como nas primeiras horas de convertidos, de nascidos de novo, não há nada que nos faça infalíveis sem nenhum esforço ou responsabilidade. 

Salvos pela graça de fato? Há consenso no meio evangélico e até em setores católicos romanos atualmente, que somos salvos pela graça unicamente. Nada a acrescentar, nada a justificar a salvação de fato a não ser o nome e a pessoa de Jesus Cristo, como Deus ( e não como iluminado, profeta, semi-deus vide TTJ, deus com "d" minúsculo, sábio, etc. ), Jesus é o Filho de Deus, aquele que dando a Sua vida, satisfazendo a mais plena justiça de Deus, causou a salvação de TODO aquele que nEle crer. Abraão quando de sua interpelação em favor de Sodoma e Gomorra era um tipo da intercessão de Jesus por nós. A justiça de um proporcionando o perdão de outro. O arrependimento do rei de Nínive na época de Jonas tipifica o verdadeiro arrependimento, como consciência de que se não satisfeita a exigência divina o juízo de Deus será fatalmente implementado, algo assumido dubiamente por Faraó no tempo de Moisés, ou seja o arrependimento dúbio, apenas aparente é causa de perdição irremediável.

Mas Graça é Graça, biblicamente falando, não é jogada ao vento, sem critério algum, mas dada sem arrependimento segundo um bom critério, justo, não passível de ser colocado em dúvida. Para o calvinista a Graça é tão Graça que não provém de nós e isso é bíblico, é dom de Deus, para que ningupem se glorie, dizem as Escrituras. Mas ao confundir predestinação com eleição e onisciência com determinismo filosófico as coisas se confundem. Se Deus pŕedestinasse alguns para salvação, teria que ser forçosamente sob algum critério. E que critério seria esse? Pode-se dizer: pelo pré-conhecimento, pois nos conhece antes que qualquer de nossas partes viessem a existir. Mas mesmo assim seria por "alguma qualidade" intríssica a algum ser humano, portanto deixaria de ser  simplesmente "graça". Mas alguém pode dizer novamente: eu não sei porque os "eleitos" são salvos mas Deus sabe. Mas se esse "eleito" em tese descobrisse porque foi escolhido para salvação, algo real, um motivo legitimamente existente, poderia exigir a sua salvação, ou não? deixaria portanto de novamente ser a Graça autênticamente bíblica. 

Há, entretanto, uma predestinação bíblica? Sim. João Batista, Moisés ( não necessariamente nessa ordem ) são alguns exemplos, mas a predestinação tem sempre a ver com uma missão, uma intervenção divina usando um agente humano na história da humanidade. Outros não foram predestinados, mas "achados", após procurados por Deus, como Isaías do qual Deus diz: "a quem enviarei e quem irá por nós?" , ou quando Jesus diz que Deus "procura verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade". De fato, embora seja um assunto cativante, deve ser abordado em espaço próprio. Deus criador e criativo, que faz sempre novas todas as coisas e pra quem todas as coisas são claramente possíveis não é refém de uma única estratégia. A predestinação portanto não é nunca para salvação, mas para condição e ministério ( serviço ). Isso é claro nas Escrituras a partir de uma análise mais apurada e não alinhada a uma ou outra posição teológica que só o é de fato devido as várias implicações interligadas de uma arquitetura racional, que de fato exige e fecha uma posição teológica denominaconal. Até o teísmo aberto atual não aberto coisa nenhuma, ao contrário é fechado a tudo o que a Bíblia revela de fato. Esse é o grande problema da teologia: embora leǵítima nunca revela a Deus como Ele é revelado nas Escrituras, revela o que convém e até onde convém a cada grupo e a cada interesse.

O maior erro e nunca revelado de cara, pelo calvinismo, é dizendo direta e simplificadamente, fugindo das armadilhas dos termos teológicos, é que para o calvinista a salvação não é para todos. A Bíblia reiteradas vezes e pelas declarações do próprio Senhor Jesus, deixam claro e inequivocadamente: todo o que crer, quem quiser venha, etc. A responsabilidade é pessoal e a exortação direta: arrependei-vos e crede no evangelho. Em outras palavras: faça o que é certo. Judas foi predestinado a perdição? A resposta é não. Quando Jesus afirmara ( aos discípulos ) que não foram eles ( os discípulos ) que escolheram a Jesus, mas Ele ( Jesus ) a eles, a palavra "escolha" tem a ver com várias outras passagens bíblicas, escolha pensada. Judas foi escolhido por sua condição particular, social e de formação. Judas era para ser, curiosamente o que Saulo, transformado em Paulo foi depois. Curioso muita gente se esquece que Saulo foi o substituto de Judas nos Doze. Judas porém foi avaliado, como Pedro, que não tinha se convertido até a morte de Jesus, ou como Tomé do qual só nos lembramos de sua incredulidade como se fosse o único que tivesse esses arroubos de falta de fé. Nos três anos que Judas andou com Jesus, foi Judas avaliado e "achado em falta", e por fim Jesus disse-lhe: "o que tens de fazer, faze-o logo." Da mesma maneira a nossa vida, mesmo cristã, é um espaço de possibilidades, as quais muitas vezes somos relápsos na sua avaliação. Deixamos tudo para Deus crendo desculpadamente se algo não se efetuou é porque Deus não se interessou, não quis. Não é isso que a Bíblia sabiamente revela. Aquele que crer fará obras muito maiores do que essas ( maiores do que as Jesus fez?! a resposta assustadora é SIM! ).A Bíblia, a despeito da soberania inequívoca de Deus, não diz Ele ( Deus ) fará de qualquer jeito!

Finalmente, queda e santidade. Santidade não pode ser conseguida por aparatos, comportamentos exteriorizados, cultura adaptada, fuga, justiça própria, conceitos excludentes, etc. A santidade deve ser buscada e conseguida quando compreendida que não é um atributo humano, mas de Deus. A santidade é algo que Deus tem em Si plena e totalmente. Talvez seja aquilo que mais temos dEle e menos temos do mundo. Jesus disse sobre o príncipe desse mundo ( Satanás ): "eu nada tenho dele." Quanto menos tivermos do mundo, mais certamente teremos de Deus. Não é possível compartilhar das duas características. Aliás na queda compartilhamos o conhecimento do mal, tanto que Deus dissera sobre nós: "Eis que o homem é como um de Nós, conhecedor do bem e do mal..."o que se tornou o nosso dilema e a nossa perdição, com o qual temos que lidar todos os dias, fora e dentro de nós, levando Paulo a dizer, "miserável homem que sou, pois o bem que eu quero, esse eu não faço...

O Senhor Jesus nos ajude. Amém.

Por Helvécio S. Pereira

OBS: O presente texto ( até por imediatismo e falta de tempo ) na sua primeira publicação carece de uma revisão mais aprofudada, não de idéias mas da própria exatidão do texto, o que sempre feito várias vezes em uma revisitação. Caso as observe, por favor comunique-as em um comentário, serão muito bem vindas. 

Obrigado. 

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